Imagine como você reagiria se um estranho começasse a te assediar no transporte público. A maioria das pessoas imagina que diria algo, pediria ajuda ou até se defenderia fisicamente. No entanto, na vida real, é comum não conseguir falar ou se mover para se proteger. Você pode desviar o olhar, se encolher ou começar a tremer. Depois de alguns minutos, pode pensar racionalmente novamente, mas ficará se perguntando: Por que eu fiquei parado?
O termo “luta ou fuga” foi cunhado em 1915 pelo fisiologista Walter Bradford Cannon para descrever duas reações instintivas que animais (incluindo humanos) têm ao perceber uma ameaça: lutar ou fugir. Embora essas reações sejam bem conhecidas, uma terceira reação—congelar—ainda é mal compreendida por muitos.
A resposta de congelamento afeta pessoas de todos os tipos, mas só começou a receber atenção significativa na década de 1970, quando o psicólogo Gordon G. Gallup Jr. associou a imobilidade tônica—o congelamento de animais em resposta a um predador—com uma resposta ao medo.
Quando você se sente ameaçado, uma reação em cadeia começa no seu cérebro. A amígdala, responsável por perceber o medo, envia um sinal para o hipotálamo, que regula a química do corpo e do cérebro. O hipotálamo então estimula as glândulas adrenais a liberar hormônios do estresse como a adrenalina. Isso ativa duas partes do seu sistema nervoso autônomo: o sistema nervoso simpático e o parassimpático. Um domina o outro, ditando sua resposta.
O sistema nervoso simpático controla a ação. Quando este sistema é dominante, você sente uma explosão de energia que o direciona para a ameaça ou para longe dela, ou seja, luta ou fuga. O sistema nervoso parassimpático faz o oposto. Sua função é ajudar você a se acalmar e se recuperar após a ameaça passar—então, quando este sistema é dominante, você fica imóvel. Em outras palavras: você congela.
Qualquer pessoa pode experimentar a resposta de congelamento, mas pessoas com histórico de trauma infantil ou ansiedade são mais propensas a isso. Em 2024, pesquisadores da Universidade de Tulane relataram um novo caminho químico no cérebro de camundongos que pode governar a mudança da resposta de congelamento para a de fuga. Essa descoberta pode ajudar os cientistas a entender essa mudança no cérebro humano, o que pode avançar a pesquisa sobre condições induzidas por trauma, como o TEPT.
Destaque: Pickpik Fonte: Mental Floss