Afinal, por que vemos figuras nas nuvens?

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Desde criança aprendemos a enxergar diversas figuras observando as nuvens. Vemos rostos, animais, objetos…

Mas por que será que vemos estas figuras?

Pelo mesmo motivo que vemos imagens, objetos e rostos onde eles não deveriam existir. E pelo mesmo motivo que ouvimos sons específicos em ocasiões inusitadas, como por exemplo, quando reconhecemos falas em músicas que são tocadas ao contrário. Este “fenômeno” é chamado de Pareidolia.

O astrônomo Carl Sagan descreveu a Pareidolia da seguinte forma: “o mecanismo de reconhecimento de padrões em nossos cérebros é tão eficiente em descobrir uma face em meio a muitos outros pormenores que às vezes vemos faces onde elas não existem. Reunimos pedaços desconectados de luz e sombra, e inconscientemente tentamos ver uma face.”

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A pareidolia então se trata de um fenômeno psicológico que envolve um estímulo vago e aleatório, geralmente uma imagem ou som sendo percebido como algo distinto e com significado. É comum ver imagens que parecem ter significado em nuvens, montanhas, solos rochosos, florestas, líquidos, janelas embaçadas e outros tantos objetos e lugares.

A teoria psicológica da Gestalt também tem explicações para este fato, é o conceito de “Figura-Fundo”, que diz que “ao observarmos diversos fenômenos ao nosso redor, tendemos a organizar esses dados de maneira a minimizar as diferenças e mudanças, preservando a sua unidade e integridade. A base deste fenômeno é nossa tendência a perceber uma figura contra o seu fundo. Esse fenômeno pode influenciar nossa tendência a ver configurações, mesmo quando os elementos individuais não mantêm qualquer relação com o composto que vemos; por exemplo, configurações nas nuvens, nas montanhas, etc.”

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Ou seja, nosso cérebro tem a tendência natural de organizar informações desconexas e fazer com que percebamos algo conhecido em elementos desconhecidos.

“As coisas têm muitos jeitos de ser, depende do jeito que a gente vê.” – Jandira Mansur em “O frio pode ser quente?”; São Paulo: Ática, 1985.

Fontes: LivescienceIgestalt